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Resolução Política da 9ª Assembleia da Organização Concelhia de Olhão do PCP

 

 

1- Reforçar o Partido – Lutar por uma vida melhor

 

Nos últimos 5 anos, data em que se realizou a última Assembleia de Organização Concelhia de Olhão – 1 de Julho de 2007 – o Partido foi chamado a assumir as suas responsabilidades perante os trabalhadores e as populações do Concelho. Na denúncia dos problemas que atingem o concelho; na apresentação de propostas para a sua solução; na dinamização e mobilização para a luta contra a política de direita; na participação em diversas batalhas eleitorais; no reforço do Partido e na afirmação do seu projecto e objectivos políticos; a organização concelhia, apesar das suas dificuldades levou por diante um valioso conjunto de tarefas que importa valorizar e projectar para diante.

 

Entretanto a situação do país e do concelho modificou-se: acentuou-se o rumo de desastre nacional imposto pelos partidos – PS, PSD e CDS – que estão ao serviço do grande capital; alteram-se aspectos de natureza económica e social no concelho; o aparelho produtivo continuou a ser atacado; as condições de vida degradaram-se; e o Pacto de Agressão que de há um ano a esta parte está em curso, acelerou a política de anti-social e anti-patriótica que vinha sendo seguida.

 

A realização da 9ª Assembleia da Organização Concelhia de Olhão do PCP, que decorre num momento em que está em curso a mais violenta ofensiva desde os tempos do fascismo, tem no centro da sua preparação e objectivos, a necessidade de reforço do Partido. Alargar o número de membros do Partido, estruturar a organização tendo por base a sua ligação à classe operária e ao conjunto dos trabalhadores, alargar a sua influência política e ideológica no concelho, são condições determinantes para o desenvolvimento da luta de massas, para o alargamento do trabalho unitário, para a elevação da consciência política das populações a um patamar capaz de travar a actual ofensiva e impor a ruptura com a política de direita.

 

No reforço do Partido em Olhão, estão directamente interessados os trabalhadores, os jovens, os reformados, os desempregados, os pescadores (incluindo os viveiristas e mariscadores), os pequenos e médios empresários, os intelectuais e quadros técnicos. A IX Assembleia de Organização Concelhia de Olhão do PCP - inserida na preparação do XIX Congresso do PCP - visa contribuir para termos um Partido mais forte. Mais forte para prosseguir a luta por uma vida melhor, pela democracia avançada, pelo socialismo.

 

2- Alguns dados de caracterização do concelho de Olhão

 

Em cinco anos o país modificou-se e Olhão também. Além da política dos Governos PS e PSD/CDS que dirigiram o país neste período, influenciaram a evolução do concelho um outro conjunto de aspectos muito diversos, mas igualmente importantes. Desde as características e modelo de desenvolvimento imposto a toda a região do Algarve – especulação imobiliária e monoactividade do turismo - passando pelo natureza do poder autárquico exercido no concelho (Câmara PS), até, a tudo quanto decorre do processo de integração capitalista na União Europeia e da própria crise do capitalismo que entretanto eclodiu. Elementos que ajudam a compreender o retracto que a seguir se apresenta, que tendo por base elementos quantitativos, não pode deixar de ser lido também à luz das opções políticas que os determinaram.

Os dados recolhidos – tendo por base a informação estatística dos resultados provisórios dos Censos 2011 (INE), os anuários estatísticos do Algarve 2006 e 2011 e do IEFP – referem-se ao período entre 2006 e 2011, pelo que não se poderá deixar de chamar a atenção para a sua possível alteração em intervalos relativamente curtos tendo em conta a política que está em curso.

 

2.1- População e território

 

Entre 2006 e 2011 a população de Olhão cresceu 4,7% de 43.341 para 45.396 habitantes, representando hoje cerca de 10,3% da população residente do Algarve. A população com menos de 14 anos também cresceu de 6801 para 7503 e a população mais idosa (mais de 65 anos) cresceu ainda mais, de 7272 para 8094. O concelho de Olhão dividido em 5 freguesias – Olhão, Quelfes, Pechão, Fuseta, Moncarapacho – ocupa uma área de 130,9km2 ou seja, 2,9% da região do Algarve. Na opinião do PCP, o crescimento verificado, mais do que ao desenvolvimento das actividades económicas e produtivas no concelho, beneficiou sobretudo do processo de agravamento da especulação imobiliária e da afirmação da dinâmica de “dormitório” face ao eixo Faro-Loulé.

 

2.2- Actividade económica

 

Entre 2006 e 2011, o número de trabalhadores por conta de outrem nas empresas do concelho diminuiu 6,7%, passando de 10540 para 9832, representando hoje cerca de 6,3% da população empregada do distrito. A população empregada ligada à indústria transformadora estagnou representando 1097 trabalhadores (14% da região). Na agricultura registam-se actualmente 808 explorações agrícolas, num total de 3411 hectares que empregam 985 trabalhadores, predominando a pequena propriedade. Nas pescas, assistiu-se a uma regressão do número de pescadores matriculados de passando de 255 para 239, sendo que se assistiu a uma redução da captura de pescado de 9.211 toneladas para 6.761 toneladas. O número de empresas com actividade no concelho regrediu consideravelmente em -12,2% passando de 5562 para 4884 empresas aqui sedeadas – predominando claramente as MPME's - representando uma quebra de 5,1% do seu peso no distrito. A distribuição do Valor Acrescentado Bruto (riqueza criada no concelho) por sector de actividade é hoje a seguinte: Comércio Grosso e Retalho 28,7%; Construção 22,9%; Indústria Transformadora 14,9%; Pescas 6,9%.

 

Não se apresentam dados do peso económico e social de todo o sector público – incluíndo a administração local – nem daquilo a que se convenciona chamar de economia social. Contudo, é hoje uma evidência, o crescimento do seu peso relativo no concelho.

 

2.2.1 -O sector das pescas, pelos dados recolhidos continua a ter uma grande importância directa e indirecta em todo o concelho, dado que não é contraditório com o facto de se viver actualmente a maior crise de sempre no sector. Acompanhando a tendência do sector no país – alvo de um criminoso ataque por sucessivos governos e pelas políticas da União Europeia, designadamente a chamada Política Comum de Pescas – o sector das pescas em Olhão representa ainda uma importante fonte de emprego e de criação de riqueza. É no entanto uma área onde a capacidade instalada e as potencialidades – captura; transformação e embalagem; venda - existentes estão claramente sub-exploradas. Situação essa que convive com a desvalorização do preço do pescado em lota, com a aplicação persecutória de multas aos viveiristas e mariscadores, com a permanente quebra de rendimentos e subida dos custos dos factores de produção – em particular combustíveis – que ameaçam a sobrevivência do sector.

 

2.2.2- O sector industrial tem vindo a regredir no concelho. Permanecem ainda importantes empresas ligadas à indústria conserveira, à transformação de sal marinho, ao sector metalúrgico, às actividades colocadas a montante da construção civil de que são exemplo: JA Pacheco; Conserveira do Sul; Salexport; Rodrigues e Almeida; etc.

 

2.2.3 -Quanto ao comércio, podemos afirmar que a realidade do concelho acompanha a tendência geral de concentração do sector nas mãos da grande distribuição. Em meia dúzia de anos cresceram e implantaram-se em Olhão algumas das principais cadeias de “supermercados” - PingoDoce; Pão de Açucar; Lidl; Continente; Intermarché; etc - com consequências trágicas para o comércio de proximidade, com falências sucessivas, para o aparelho produtivo local e regional e para o emprego.

 

Estes dados revelam, para além da estagnação e recuo em alguns sectores: uma perda de importância económica de Olhão na região; um recuo das actividades produtivas e em particular de todo o sector das pescas; uma grande dependência do sector da construção civil e da grande distribuição. Dados que, tendo em conta a actual situação de recessão económica, tenderão a agravar-se se a actual política não for interrompida. Contudo, observando o enquadramento económico da região – onde a actividade turística predomina - Olhão encontra-se ainda assim num plano diferente que importa ser preservado.

 

2.3 - A evolução do desemprego

 

O desemprego é hoje o principal problema económico e social do concelho atingido mais de 26% da sua população activa. O seu crescimento nos últimos 5 anos foi assustador, tendo passado de cerca de 1800 trabalhadores nesta situação em 2006 para mais de 6200 trabalhadores no final de 2011, o que representa um agravamento de 244%. Jovens e desempregados de longa duração, assumem-se como as principais componentes deste impressionante número.

São números que ilustram o quadro económico e social em que decorre a 9ª Assembleia e que podem estar já hoje ultrapassados se tivermos em conta o rápido agravamento da situação social. O desemprego para lá do que representa de atentado às condições de vida e à dignidade de milhares de trabalhadores, é também um importante desperdício de recursos e potencialidades que o concelho tem e que hoje está comprometido.

 

2.4.- Educação e saúde

 

A realidade da rede educativa e do acesso à saúde no concelho de Olhão não pode ser separada do violento ataque que está em curso às funções sociais do Estado, visando a sua liquidação e transformação em negócio favorável aos interesses do grande capital.

 

Na saúde, assiste-se: ao agravamento brutal das taxas moderadoras; à ausência de médicos de família que atinge hoje mais de 10.000 Olhanenses assim como de outros profissionais de saúde; ao encarecer dos preços dos medicamentos, dos transportes dos doentes; ao esvaziamento dos chamados cuidados primários de saúde de que o encerramento do SAP de Olhão foi um exemplo e que não foi ultrapassado pela criação das três Unidades de Saúde Familiar. Na prática o esvaziamento do Serviço Nacional de Saúde, no qual estão directamente interessados os grupos económicos que operam no sector, está a traduzir-se numa cada vez maior dificuldade de acesso aos cuidados de saúde e à substituição deste direito por um negócio. Olhão sofre ainda do conjunto de constrangimentos que estão a ser impostos no Hospital de Faro e do sucessivo adiamento de uma legítima aspiração das populações – tantas vezes prometida e tantas vezes adiada pelos Governos do PS, PSD e CDS – do chamado Hospital Central do Algarve.

 

Na educação, a rede escolar actualmente existente – em geral satisfatória face às necessidades - está a ser profundamente ameaçada pela tentativa de constituição dos chamados Mega-agrupamentos e pela crescente desresponsabilização do governo das suas competências para as autarquias locais sem a correspondente transferência de meios. Quando se exigia a requalificação do conjunto de equipamentos escolares, a valorização das condições de trabalho e de estudo da comunidade escolar, o alargamento do acesso aos mais elevados graus de ensino pela maioria da população, aquilo a que se assiste é a uma progressiva desvalorização da escola pública, à sua elitização – designadamente por via da imposição da chamada “profissionalização” das vias de ensino –, ao corte de verbas para a Acção Social Escolar, à degradação das condições de trabalho e do número de professores, educadores e auxiliares, à permanente ameaça de encerramento e concentração de escolas e de turmas com as consequências negativas que daí decorrem.

 

3- Propostas do Partido para o concelho de Olhão

 

A situação do concelho de Olhão reflecte uma realidade que é mais geral. Os problemas com que os trabalhadores e as populações de Olhão estão confrontados – desemprego, empobrecimento, precariedade, falências, destruição do aparelho produtivo, quebra do investimento público, etc- são o resultado de décadas de política de direita, do processo de integração capitalista da União Europeia e da própria natureza e crise do capitalismo.

 

O combate a estes e muitos outros problemas exige a rejeição imediata do Pacto de Agressão que PS, PSD e CDS assumiram com a União Europeia e o FMI e uma ruptura com a política de direita que abra caminho a uma política patriótica e de esquerda que o PCP propõe ao povo português.

 

Uma política patriótica e de esquerda que, em ruptura com a submissão do poder político ao grande capital, assuma a valorização dos salários e das pensões, defenda e promova o aparelho produtivo nacional, imponha a renegociação da dívida pública, garanta o controlo público dos sectores estratégicos da economia, avance para uma justa tributação fiscal do capital monopolista, promova o investimento e os serviços públicos, afirme a soberania e a independência nacional face às imposições da UE e do grande capital nacional.

 

Contudo, há problemas concretos na região e no concelho que reclamam respostas e o PCP tem um vasto património de intervenção nesta matéria - que infelizmente se mantém em muitos aspectos actual - que deve ser conhecido e valorizado.

 

Algumas das principais prioridades para Olhão:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estas e outras propostas reclamam, não só profundas mudanças na natureza dos governos que têm conduzido o país, mas também na gestão autárquica que o PS assume há mais de 3 décadas. Profundas mudanças que estarão tanto mais próximas quanto maior for a influência e força do PCP e mais intensa e ampla for a luta de massas no concelho.

 

4- A luta dos trabalhadores e das populações em Olhão

 

Desde 2007 – data da última Assembleia - até hoje várias lutas e acções de massas foram feitas a nível nacional com impacto também a nível do nosso concelho e logicamente com o esforço e empenhamento do nosso colectivo partidário.

 

4.1- São de destacar as quatro Greves Gerais – 30 de Maio de 2007; 24 de Novembro de 2010; 24 de Novembro de 2011; 22 de Março de 2012 - realizadas neste período contra a política de direita dos governos PS e PSD/CDS convocadas pela CGTP-IN. A realização destas greves foi acompanhada de diversas acções de rua, sendo de destacar a concentração de viveiristas que se verificou no concelho de Olhão, no decorrer da última greve geral.

 

Registaram-se ainda diversas greves de carácter sectorial, designadamente na Função Pública e nas Autarquias Locais, contra a política que tem procurado destruir os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores, entregando estas valências ao sector privado.

 

Sublinhe-se ainda a realização de diversas acções de convergência, em particular as muitas manifestações de carácter nacional, assim como as comemorações do 1º de Maio que contaram com a participação e envolvimento – ao longo destes anos – de centenas de trabalhadores do concelho. Das muitas que se poderiam referenciar, destaca-se aquela que a 11 de Fevereiro de 2012 juntou cerca de 300 mil trabalhadores no Terreiro do Paço em Lisboa, contra o Pacto de Agressão e por uma mudança de política na vida nacional.

 

A mobilização para estas acções a partir do concelho de Olhão tem partido essencialmente dos seguintes sectores: autarquias locais; função pública; operárias conserveiras; pescas.

 

Sublinhe-se que, para lá da participação e envolvimento dos militantes do Partido nestas grandes acções de convergência, é necessário dar uma outra atenção às lutas concretas por empresa e local de trabalho e à sua realização em Olhão.

 

4.2.- É também de assinalar o conjunto de importantes lutas desenvolvidas no âmbito do sector das pescas e do marisqueiro/viveirista contra as políticas de incentivo de abate, abandono, destruição da nossa pesca nomeadamente com a introdução de quotas e períodos cada vez maiores de interdição de pesca de algumas espécies.

 

É justo recordar uma das últimas lutas deste sector contra ao novo sistema do código contributivo. Luta dura e árdua mas que se revelou vitoriosa ficando este sector fora deste mesmo código. Já em Junho de 2008 na luta nacional onde toda a frota pesqueira Portuguesa paralisou durante 5 dias, o porto de Olhão aderiu em larga escala pois encontrou-se fechado durante esse tempo.

No sector marisqueiro e viveiristas, outras lutas de já algum tempo têm vindo a ganhar força e novos adeptos, com diversos plenários e concentrações promovidas em Olhão.

 

4.3.- O Partido também convocou neste 5 anos, 3 grandes manifestações nacionais que representaram grandes acções de massas – Marcha Liberdade e Democracia em 2008; Marcha Protesto, Confiança e Luta em 2009; Manifestações contra o Pacto de Agressão em 2012.

Também foram realizadas acções de protesto promovidas pelo Partido no Concelho de que foi exemplo o buzinão contra ao aumento do custo de vida, que teve a participação de cerca de 20 viaturas e percorreu as artérias principais da nossa cidade.

 

No plano regional o Partido tem também promovido diversas acções contra a introdução de portagens na Via do Infante – que se verificou em Dezembro de 2011 – com a participação dos membros do Partido em Olhão.

 

 

5- O Partido em Olhão – Caracterização e objectivos de trabalho

 

 

O Partido conta em Olhão com 187 militantes (com ficha actualizada). Trata-se de um efectivo considerável – é com Faro e VRSA um dos 3 concelhos com mais militantes na Região do Algarve – que revela potencialidades que, num quadro de medidas organizativas e de direcção que se venham a concretizar, podem ser ampliadas.

 

5.1.- Efectivos

 

Dos 187 militantes, 73,3% são homens e 26,7% mulheres. Encontrando-se neste momento 129 camaradas que têm ligação regular. É uma organização que necessita de ser urgentemente rejuvenescida:

 

Idade

Efectivos

Percentagem

< 21 anos

0

0%

De 21 a 31 anos

13

7%

De 31 a 41 anos

23

12,3%

De 41 a 50 anos

29

15,5%

De 51 a 61 anos

67

35,8%

<64 anos

55

29,4%

Média de idades

56 anos

 

 

Nota: no ano de 2012 que está em curso foram efectuados 7 recrutamentos para o Partido

 

A composição social da organização do Partido é a seguinte:

 

Categoria

Efectivos

Percentagem

Operário Industrial

39

20,9%

Operário Agrícola

2

1,1%

Empregados

66

35,3%

Pescadores

28

15%

Agricultores

2

1,1%

Intelectuais

4

2,1%

Quadros técnicos

7

3,7%

PME's

12

6,4%

Estudantes

7

3,7%

Diversos

20

10,7%

 

 

 

 

Nota: Uma grande percentagem dos membros do Partido – cuja definição rigorosa exigiria uma nova actualização de dados – encontra-se neste momento reformada e sem ligação ao anterior local de trabalho.

 

Constata-se assim que a nossa Organização, em termos sociais reflecte algumas distorções relativamente ao espectro social da mossa comunidade e em termos etários a média de idades situa-se nos 56 anos o que também difere da realidade concelhia, pois Olhão é um concelho com um peso razoável de habitantes na classe até 30 anos.

 

5.2.- Estrutura e actividade do Partido

 

Nos últimos anos, por vicissitudes diversas, a Organização Concelhia de Olhão não tem desenvolvido a actividade que não só consideramos necessária, como nem tem desenvolvido aquela que está ao seu alcance. Um número cada vez mais estreito de camaradas tem assegurado o essencial do funcionamento do Partido o que dificulta a resposta mais adequada às múltiplas solicitações que vão surgindo.

 

Não são estranhos a este facto, as dificuldades de ligação da DR à Organização Concelhia, as alterações à vida pessoal e profissional de alguns camaradas mais activos e por isso a Comissão Concelhia não logrou assegurar um funcionamento estável, com distribuição de responsabilidades entre os seus elementos e reuniões regulares.

 

Apesar destas dificuldades, podemos considerar que cerca de 100 camaradas mantém um contacto regular com a organização, dos quais 44 pagaram quotas no ano de 2011.

 

Em termos de estrutura, as Organizações das Freguesias, designadamente Fuzeta, Pechão e Olhão, vão mantendo e desenvolvendo alguma iniciativa politica, designadamente em torno de tarefas concretas. Não existe actualmente nenhuma estrutura de enquadramento e ligação aos membros do Partido nas empresas e locais de trabalho.

 

Igualmente são mais ou menos regulares as acções de distribuição da informação do Partido e a afixação de propaganda no concelho, quer em termos de opinião publica em geral, quer em contactos com algumas das empresas na Zona Industrial. Nos últimos meses têm-se promovido diversas acções de agitação de algum impacto designadamente no Mercado de Olhão.

 

A imprensa partidária está muito aquém das potencialidades da organização. Semanalmente são vendidos 30 Avantes! no concelho – número que foi ajustado recentemente – e iniciou-se uma prática de venda de 25-30 Avantes! no primeiro sábado de cada mês no mercado de Olhão.

 

Os jantares-convívio, que se realizam aos sábados no CT provisório, tem-se mantido ao longo dos anos e continuam a constituir uma importante fonte de receita, além do ponto de encontro que por si só, constituem.

 

As comemorações do aniversário do Partido e particularmente do 25 de Abril constituem grandes realizações do Partido no plano concelhio que, no seu conjunto, juntam centenas de militantes e amigos do Partido.

 

A participação em iniciativas de carácter regional tem-se mantido com uma resposta ao nível das dificuldades existentes.

 

O Partido enfrentou, desde a última Assembleia diferentes actos eleitorais. Batalhas políticas de grande exigência nas quais a organização do Partido se envolveu. Os resultados alcançados revelam progressos. Nas eleições autárquicas de 2005 a CDU obteve 1473 e em 2009 obteve 1572 votos (Câmara Municipal). Nas eleições legislativas de 2009 obteve 1620 votos e nas eleições de 2011 obteve 2556 votos.

 

A Festa do Avante continua a ser a iniciativa que mais faz movimentar a Organização, envolvendo camaradas que se dispõem a participar na construção da Festa, na organização de excursões – Fuseta e Pechão - na venda das EP’s, no assegurar dos diversos turnos, movimentando por norma, bastante mais de uma centena de camaradas e amigos.

 

Os atrasos relativos à construção do Centro de Trabalhado reflectiram-se de um modo geral na actividade do Partido no concelho. Um processo que tendo-se arrastado para lá das expectativas se encontra ainda com um prazo incerto para a sua conclusão. Entretanto, estão a ser utilizadas a título provisório, as instalações da Cooptar que, gentilmente as disponibilizou ao PCP. Mas a resolução deste problema constitui sem dúvida uma das prioridades que se irá colocar à próxima Comissão Concelhia.

 

5.3- Perspectivas e objectivos para o reforço da Organização Concelhia:

 

As medidas e objectivos aqui propostos destinam-se a um período largo, reclamam uma maior militância partidária e trabalho colectivo assim como o alargamento do núcleo activo do Partido

 

5.3.1.- Eleição de uma nova Comissão Concelhia que possa, duma forma mais eficaz, dar resposta às necessidades e às potencialidades do trabalho partidário no concelho.

 

Parece absolutamente necessário chamar para este nível de trabalho, novos camaradas e camaradas novos, com condições e disponibilidades para assegurarem duma forma permanente o conjunto de tarefas que se colocam. Está apontada a criação de um pequeno secretariado que operacionalize o trabalho de direcção.

 

5.3.2 – Aprofundar a estruturação da Organização Partidária, visando por um lado consolidar as estruturas existentes e por outro fixar novos objectivos neste domínio.

 

Assim:

 

 

5.3.3. – Fixação de objectivos e concretização de medidas de reforço orgânico, tais como:

 

 

5.3.4 - Organizar para intervir

 

O reforço da organização do Partido visa essencialmente ampliar a intervenção do Partido junto dos trabalhadores e da população. Um Partido mais atento e ligado à vida do concelho, em particular à classe operária e ao conjunto dos trabalhadores, mas também às multiplas dimensões da vida económica, social e cultural de Olhão, é uma condição para ampliar a luta por profundas transformações na sociedade que são necessárias à melhoria das condições de vida.

 

 

À nova Comissão Concelhia a eleger, caberá a responsabilidade de tomar em suas mãos as decisões desta Assembleia e desenvolver as iniciativas necessárias para as concretizar.

 

Mas esta não poderá ser apenas uma responsabilidade da Direcção Politica que vamos eleger.

Todos nós somos chamados a dar a nossa contribuição, na medida das possibilidades de cada um, para que as orientações que agora, colectivamente definimos, se tornem realidade.

 

6- Democracia e Socialismo – os valores de Abril no futuro de Portugal

 

O Partido tem uma longa tradição no concelho de Olhão. Ao longo de décadas os comunistas estiveram à altura das suas responsabilidades para com o povo e a pátria. Na luta contra o fascismo e pela liberdade, na revolução e conquistas de Abril, na luta contra a política de direita que decorre há 36 anos, o PCP esteve na vanguarda.

 

A 9ª Assembleia de Organização Concelhia de Olhão do PCP, ocorre num momento particularmente difícil para os trabalhadores e o povo deste país. Ao Partido está colocada uma grande responsabilidade. Mas se soubermos reforçar a nossa ligação às massas, afirmar as nossas propostas, o nosso projecto de sociedade, o nosso ideal comunista, mais cedo do que tarde os objectivos a que nos propomos - de ruptura com a política de direita, de construção de uma política patriótica e de esquerda, tendo no horizonte a Democracia Avançada e o Socialismo em Portugal – serão alcançados.