Célula do PCP na Universidade do Algarve condena declarações
de Fernando Ulrich sobre cortes cegos na Educação
O Presidente do BPI e Presidente do Conselho Geral da Universidade do Algarve, Fernando Ulrich, defendeu, na passada sexta-feira, dia 12 de Outubro, que os cortes na Educação “têm de ser cegos”, por ser “a única maneira de o fazer” e “a forma mais justa de baixar os encargos públicos”.
Só na aparência este raciocínio revela contra-senso. A verdade é que não é no quadro do contrato social democrático, estabelecido pela Constituição da República, que funciona o pensamento deste banqueiro, com responsabilidades na maior instituição de ensino público da região algarvia. O seu alinhamento ideológico neoliberal, assumido sem nenhum eufemismo, é o da destruição do Estado e do valor do bem colectivo dos serviços públicos; é o do lucro fácil e garantido dos accionistas, mesmo que isso seja à custa do desenvolvimento e de insustentáveis crises económicas e sociais.
Tais declarações foram proferidas poucos dias antes de o Governo entregar, na Assembleia da República, a sua iníqua proposta de Orçamento de Estado para 2013 e no momento em que a Universidade do Algarve antevê ainda mais cortes nas transferências de Estado (na ordem dos 5%-6%), ameaçando paralisar as suas estruturas e potencialidades no ensino e investigação. Fernando Ulrich une-se assim ao Governo, apoiando medidas que lesam a Educação ─ reduzindo-lhe a fatia do Orçamento de Estado em 1.320 milhões de euros ─ e que, neste caso, constituem um violento ataque ao direito do Algarve a ter uma Universidade que permite o acesso à educação superior e representa um importante pólo de desenvolvimento para a região e para o país.
A Célula do PCP na Universidade do Algarve manifesta o seu maior repúdio pelas declarações de Fernando Ulrich e pela política de terra queimada do Governo PSD-CDS, contra o sistema democrático, os serviços públicos e a escola pública, em particular. Não aceitamos que se asfixie a Educação, para continuar a garantir os privilégios de banqueiros que têm enormíssimas responsabilidades na crise devastadora por que está a passar o nosso país e a Europa.
Estes factos só reforçam a necessidade imperiosa de resistir e de lutar por um novo rumo político para Portugal. Já o demonstraram desde há muito os trabalhadores portugueses e demonstrá-lo-ão, com redobrada força, na Greve Geral do próximo 14 de Novembro, convocada pela CGTP-IN.
Faro, 16 de Outubro de 2012