Boa tarde a todos!
É sempre um prazer estar aqui convosco e queria antes de mais fazer uma saudação extensível a todos vós mas também aos camaradas que participaram e confecionaram este magnifico almoço de comemoração do 25 de Abril.
Aqui estamos neste magnífico almoço de comemoração do 25 de Abril, data maior da história de luta do povo português.
As comemorações populares que hoje terão lugar por todo o País, demonstram que Abril está vivo, e é em Abril que está o presente e o futuro do nosso País.
Esse Abril que pôs fim à ditadura fascista, à repressão, à violência, às prisões, ao atraso económico, social, cultural, à pobreza. Que travou a emigração em massa, pôs fim à discriminação legal das mulheres, que pôs fim à guerra e consagrou Portugal como um País de paz, cooperação e amizade entre os povos de todo o mundo.
Esse Abril que derrotou as injustiças, as desigualdades, distribuiu de forma mais justa a riqueza criada, consagrou direitos, abriu caminho à esperança.
Esse Abril cuja Revolução mostra que a única inevitabilidade a que o nosso povo está sujeito é a concretização de uma vida melhor a qual tem direito.
Os seus valores, as suas conquistas, a força dos seus protagonistas aí estão, todos os dias a mostrar que Abril está vivo e pleno de actualidade.
Abril trouxe profundas transformações que moldaram e deram forma à democracia portuguesa, que a Constituição da República Portuguesa consagrou como projecto de realização da nossa vida colectiva.
Uma democracia não apenas política, com as inerentes liberdades, opluralismo,eleições livres e democráticas e aparticipaçãodirectadopovo, mas também a dimensão económica, social e cultural.
Dimensão económica, garantida pela propriedade social dos sectores básicos e estratégicos nacionais colocados ao serviço dos trabalhadores e do povo e com a sua participação.
Dimensão social, com a consagração de amplos direitos laborais, individuais e colectivos, como aqueles que foram conquistados no desenvolvimento do processo revolucionário, nomeadamente o direito ao emprego, ao emprego com direitos e a garantia de direitos sociais universais, à saúde, à educação, à protecção social.
Democracia que na sua dimensão cultural, se traduzia a cada avanço do processo revolucionário no acesso das massas populares à sua fruição e no apoio à criação cultural.
Democracia que se quis ampla e densa em direitos, liberdades e garantias e que a prolongada acção das últimas décadas de governos ao serviço dos grandes interesses económicos foi amputando, mutilando e também esvaziando, atingindo o conjunto das suas vertentes, com particular evidência e gravidade para a situação económica e social, com a qual estamos confrontados, onde o processo privatizador dos sectores estratégicos e da banca marcou gravemente o processo de desenvolvimento do País, com a sua entrega ao estrangeiro, pondo em causa também o nosso desenvolvimento soberano.
Uma entrega que não só tornou o País mais frágil e dependente, como no domínio dos direitos sociais e laborais, impulsionou um grave retrocesso nas condições de vida e de trabalho dos trabalhadores e do povo português.
Um processo anti-Abril que só não foi mais longe na sua acção destruidora, graças a prolongada e combativa luta dos trabalhadores, do povo, do nosso Partido e por isso, daqui aproveitamos para saudar todos aqueles que, com a sua acção nunca desistiram de Abril e das suas conquistas.
Quanto mais avança o processo contra-revolucionário, as concepções ,as ideias e as forças reaccionárias, mais evidente se torna aquilo que é necessário fazer, o caminho que foi interrompido e que é urgente retomar.
Esse é o grande desafio que temos em mãos, e é por isso que este é um tempo de luta!
Luta nas empresas e nos locais de trabalho, pelo aumento dos salários e dos direitos laborais! Luta pelo aumento das pensões e das reformas de quem trabalha e trabalhou uma vida inteira!
Luta pelo direito à saúde, à habitação, pelo direito das crianças e dos pais, por melhores condições de vida para todos nós!
Luta que passará igualmente na grande jornada do 1.º de Maio, dia internacional dos trabalhadores!
Luta que travamos nas mais diversas frentes, onde as próximas eleições legislativas assumem particular importância.
No próximo dia 18 de Maio, a única opção que se coloca a cada um de nós é a do caminho pelo qual queremos optar.
O caminho das forças retrogradas, reacionárias, ou o caminho da esperança, da alternativa que se impõe para servir os interesses dos trabalhadores, do povo e do nosso País.
Partidos para concretizar a primeira opção, não faltam. Com o cinismo de sempre, cavalgando toda uma chuva de promessas, ei-los a prometer hoje o que chumbaram ontem, afirmando amanhãs que nunca mais chegam.
Diz o Governo que o Programa «Acelerar a Economia» está a ser executado, que o investimento público e privado está a chegar ao terreno, que tomou decisões estruturais nas infra-estruturas e na mobilidade.
Não há dúvida que a propaganda do Governo cola bem, e sempre que precisam, quer PS quer Chega, quer IL estão sempre prontos para levar mais longe a política de exploração, injustiças e desigualdades.
Entretanto, o mundo move-se e a realidade, nua e crua, o que nos diz é que os problemas com que os trabalhadores e o povo se confrontam, continuam por resolver e a agravarem-se.
É por isso que é preciso romper com este caminho. É por isso que estas eleições são uma oportunidade para defender, cumprir e fazer cumprir Abril.
Neste campo, não há que ter qualquer tipo de hesitação. É na CDU, é no PCP que reside essa esperança!
Cada voto na CDU, é um voto que marca posição, não só pelo que recusa mas também pelo que projecta.
Pelo que recusa de forma eficaz e consequente a direita e as suas forças, todos os que estão ao seu serviço, e que não a imita. Que dá real combate às pretensões do Governo de avançar com as privatizações, as parcerias público-privadas, o desvio de dinheiros públicos para beneficiar interesses privados.
O voto que dá real combate à especulação imobiliária, ao desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde, às pretensões dos grupos económicos em deitarem mão à Segurança Social e ao dinheiro que é de todos nós, que é dos trabalhadores.
O voto que recusa uma economia assente em baixos salários, em trabalho precário e em horários desregulados.
O voto que recusa a corrupção, não apenas nas palavras, mas sobretudo nos actos e que combate a confusão entre cargos públicos e actividades privadas.
O voto que recusa o medo, que recusa o fascismo e a guerra.
Mas este é também o voto que conta para quem trabalha e trabalhou uma vida inteira, que assume como prioridade o aumento dos salários, das pensões e das reformas. Que valoriza as carreiras profissionais, que reduz a idade da reforma e implementa as 35 horas de trabalho semanal para todos os trabalhadores.
Que conta para a juventude aqui encontrar as condições de trabalho e de vida, para que não tenha de emigrar e para que aqui se possa emancipar, constituir família, ter tempo para viver e ser feliz.
Que conta quando falamos de mais e melhores serviços públicos e pela garantia dos direitos fundamentais, para todos.
Que conta para ir além dos anúncios e da propaganda e fazer de facto os investimentos estruturantes, na indústria, ou por exemplo na electrificação da linha ferroviária aqui na região do Algarve e que tanta falta faz à região e ao País.
Dizem-nos que as nossas propostas são irrealistas. Irrealista é pensar que podemos continuar a apostar na mesma política que nos trouxe até aqui esperando resultados diferentes.
Mais do que irrealistas, o que as nossas propostas são é urgentes, necessárias e acima de tudo concretizáveis. O que é preciso é vontade, é coragem para fazer as escolhas que se impõem.
A CDU faz falta! Faz falta ao Algarve ter novamente deputados eleitos pela CDU pela região.
A Catarina Marques faz falta à Assembleia da República e faz falta termos novamente deputados verdadeiramente comprometidos com os direitos, aspirações dos trabalhadores da região, e lá na Assembleia da República possam levar estas justas reivindicações.
E por isso, é importante que nos mobilizemos e mobilizemos outros, e que esses outros até ao dia 18 de Maio que se vão juntar a nós, também possam eles mobilizar outros.
O que a vida cada vez mais mostra é que não basta mudar de governo, é mesmo preciso derrotar esta política que, independentemente de quem a realize, não serve e não pode continuar.
As batalhas políticas e eleitorais que temos pela frente constituem um momento e uma oportunidade para abrir caminho a um futuro melhor e dar passos na afirmação e construção de uma alternativa política e de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, capaz de defender, cumprir e fazer cumprir Abril.
Temos, no imediato, essa importante batalha eleitoral, marcada para 18 de Maio, tendo no horizonte próximo a realização de eleições autárquicas. Esta mobilização tem de se estender também para as eleições autárquicas, para também no poder local fazermos da CDU aquilo que ela é - uma grande força popular onde cabem e são bem-vindos todos aqueles que olham para Abril, não como passado, mas como uma referência de presente e de futuro.
Comemoramos Abril pelo que Abril significou e significa no presente, mas também pelo que significará como projecto para o futuro de Portugal!
Com Abril e a razão de Abril do nosso lado, vamos ao trabalho com determinação, com confiança e, não menos importante, com a profunda alegria de quem não está aqui para se servir do povo, mas para o servir e se empenha para melhorar as suas condições de vida.