Intervenção de António Goulart

9.ª Assembleia da Organização Regional do Algarve

15 Dezembro 2018, Faro

Goulart

Camaradas

Se há expressão que integre o quotidiano de um comunista ela corresponde seguramente à palavra Luta. Luta pelo socialismo, luta por uma política patriótica e de esquerda, luta por uma vida melhor para os trabalhadores e para o nosso povo. Luta por tudo aquilo que vá contribuindo para que o ser humano se liberte da exploração do homem pelo homem.

Esta disponibilidade dos comunistas para a luta, corresponde a um quadro mental que incorpora um conjunto de ensinamentos teóricos, a memória de luta de muitas e sucessivas gerações, a própria experiência pessoal de cada um de nós e, sobretudo, a riquíssima experiência do colectivo partidário. É todo este vasto património que permite aos comunistas terem a clara compreensão do seu papel na vida e no mundo, uma profunda consciência de classe, a disponibilidade permanente para a luta e a compreensão que não basta saber que se é explorado mas que é necessário lutar e organizar a luta contra a exploração.

O local de trabalho é por excelência um palco do confronto entre capital e trabalho, onde o capital se apropria das mais-valias produzidas pelos trabalhadores e onde a luta necessita de mais forte desenvolvimento.

O nível de consciência de classe quando referido à generalidade dos trabalhadores é heterogéneo. Daí a importância e a imprescindibilidade da intervenção dos militantes comunistas nas empresas e locais de trabalho e do seu contributo para a dinamização dos processos reivindicativos e de luta, e para a elevação dos níveis de consciência dos seus camaradas de trabalho.

Donde resulta uma constatação simples: necessitamos de mais intervenção e de mais militantes comunistas nas empresas e nos locais de trabalho.

Camaradas

No tempo que decorreu desde a realização do VIII Assembleia realizaram-se no Algarve milhares de formas de luta: das populações e dos trabalhadores, nas empresas e nas ruas, com os mais diferenciados objectivos, formas, dimensões e resultados.

Mas permitam-me que foque a atenção, em três grandes objectivos de luta que nessa altura se colocavam: travar a brutal ofensiva do patronato e da direita de ajuste de contas com o 25 de Abril, derrotar a direita corporizada pelo PSD e pelo CDS e afastá-los do Governo e iniciar um processo de recuperação de rendimentos e de direitos. Foram três batalhas fundamentais travadas pelos trabalhadores, pelas populações, pelo movimento sindical unitário, pelo nosso Partido, em conjunto com outros democratas e patriotas e para as quais se deu forte contributo regional.

E foram três batalhas vitoriosas, camaradas.

Podemos considerar que ainda estamos longe da recuperação integral e muito longe de outros objectivos a que nos propomos, mas sem essas batalhas dificilmente estaríamos hoje em condições de nos propormos a lutar por esses objectivos imediatos.

Camaradas

Vivemos numa região com profundos contrastes sociais, com uma estratégia de desenvolvimento afunilada num único sector de actividade e com uma matriz de baixos salários. Uma região com a mais elevada taxa de precariedade do país, onde se trabalha mais horas por semana do que a média nacional, aonde há a maior desregulação dos horários de trabalho, aonde os trabalhadores quase que não têm direito a gozar férias no verão, em simultâneo com os seus filhos, aonde os salários são inferiores à já baixa média nacional em cerca de 14%, aonde o preço da habitação atingiu valores incomportáveis para a maioria dos trabalhadores, aonde há dificuldades no acesso aos cuidados de saúde e o sistema de acessibilidades e transportes é um caos.

O que acabei de referir pode constituir uma pequena sumula de um enorme caderno de encargos de luta que se coloca no futuro imediato aos trabalhadores, às populações, aos sindicatos da CGTP, ao nosso colectivo partidário, e que vai exigir de todos um enorme esforço de intervenção, de organização e de luta.

Mas é para a luta que nós cá estamos.

Para lutar contra as políticas de direita

Para lutar pelo aumento geral dos salários

Para lutar pelo salário mínimo de 650 euros em todas as empresas e locais de trabalho

Para lutar pelo emprego com direitos

Para lutar contra o agravamento do Código do Trabalho que o governo do PS quer impor e pela efectiva revisão das normas gravosas do Código

Para lutar pelos direitos sociais

Para lutar pelos direitos dos trabalhadores

É pela Luta que lá vamos

A Luta Continua

Viva a IX Assembleia de Organização

Viva o PCP

Vivam os Trabalhadores

IX AORAL

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